segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

RESENHA: Brilho

Esse livro não me atraiu pelo nome.
É bem provável que não atraia a você também, Curioso, mas depois dessa resenha talvez  mude de ideia e decida dar uma chance a ele.
Foi uma decisão tomada de última hora, custou-me uma pequena fortuna (alguém faz o preço dos livros caírem, por favor) e me deixou pensativa por pelo menos dois dias após o término.
Sim, esse é Brilho, da autora Amy Kathleen Ryan, e minha mais recente ressaca literária.

Livro: Brilho 
Autora: Amy Kathleen Ryan
Editora: Geração Jovem
ISBN: 978-85-8130-073-3
Páginas: 352 

Sinopse: A Terra não existe mais, e em duas naves que procuram um novo mundo no espaço, uma menina de 15 anos precisa casar e engravidar para garantir a sobrevivência da humanidade. Enquanto isso, uma sucessão de acontecimentos eletrizantes torna a jornada pelo espaço algo absolutamente imprevisto.




Esta atmosfera da Terra acabada já soava meio clichê para mim, mas venhamos e convenhamos... Clichê bem escrito, deixa, até mesmo, de ser clichê. E essa jovem autora conseguiu essa proeza. Incluindo tópicos interessantes, prontos para abrir a cabeça de um público jovem como religião, política e o meu favorito: o papel da mulher na nova sociedade (diferentemente igual da nossa).


Muita coisa em um livro só. Deixou-me zonza nos primeiros momentos e no final me rendeu aquela sensação de 'deixa eu aterrissar na velha Terra novamente'. Tive que lutar contra a ressaca literária.

E aqui vai o por quê...


Waverly é uma jovem garota no auge dos seus 15 anos vivendo em uma das duas naves lançadas pela Terra depois que certas coisas tornaram impossível viver por lá. Ela tem um namorado que muito provavelmente será o próximo capitão da sua nave, Empyrean. Kieran tem tudo aquilo que uma garota de 15 (e 18 e 20 e talvez até mesmo 48) anos gostaria que tivesse em um potencial parceiro. Só há um problema... Talvez as coisas perfeitas estejam indo rápido demais.

Waverly ainda está confusa sobre determinadas situações.  Uma situação um tanto quanto gótica, misteriosa e com olhos bonitos e penetrantes chamada Seth. Com ele Waverly possui um laço que com Kieram ela nunca terá. Anos atrás um tenebroso talvez não acidente fez com que Seth perdesse sua mãe e Waverly seu pai. Não somente isso, eles têm uma certa história desde pequenos, totalmente aparada depois de Kieran.

Toda forma de opressão cria
 um estado de guerra.
- Simone de  Beauvoir
O livro alterna o ponto de vista em terceira pessoa onisciente entre Waverly e Kieran. Logo no fim da primeira parte, uma crise nunca antes prevista acontece. A aproximação da outra nave, e o risco que com ela vem, trás questões como religião, política, o papel da mulher em jogo e o modo como o passado altera o presente. De maneira crua e dolorosa, eu ousaria dizer. Foi uma jogada arriscada que deu certo. Em algumas maneiras.

A narração deixa o leitor confuso, muitas vezes (se não todas). É um livro que eu li e não encontrei um personagem que me afeiçoei. Não que os personagens não sejam marcantes. Cheios de força, coragem e incrivelmente elaborados, eles podem facilmente ser confundidos com adultos de 40 e não adolescentes de 12 a 16 anos. Eu só espero que as coisas sejam melhores explicadas em Centelha, o segundo livro.

Trecho favorito:
"Acho que em nossa vida diária, nos esquecemos de quem somos. Nós somos os antepassados de uma nova civilização. Vamos montar a base para inúmeras gerações de seres humanos em um canto da galáxia onde ninguém jamais pôs os pés." 



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