RESENHA: Passarinha

Como viver em um mundo colorido enxergando preto e branco.

É isso que Caitlin tenta descobrir arduamente após O Dia Em Que A Nossa Vida Mudou.
Viver na quinta série, com seus 11 anos, não é uma tarefa fácil. Mas tentar fazer amigos, Captar O Sentido, encontrar um Desfecho e conquistar a Empatia, para uma garotinha com Síndrome de Asperger, é uma tarefa QUASE impossível.

Livro: Passarinha
Editora: Valentina
Autora: Kathryn Erskine
Páginas: 222
ISBN: 9788565859134
Sinopse: No mundo de Caitlin tudo é preto ou branco. As coisas são boas ou más. Qualquer coisa no meio do caminho é confuso. Essa é a máxima que o irmão mais velho de Caitlin sempre repetiu. Mas agora Devon está morto e o pai não está ajudando em nada. Caitlin quer acabar com isso, mas como uma menina de onze anos de idade, com síndrome de Asperger ela não sabe como. Quando ela lê a definição de encerramento ela percebe que é o que ela precisa. Em sua busca por ele, Caitlin descobre que nem tudo é preto ou branco, o mundo está cheio de cores, confuso e bonito.

Ao mesmo tempo em que a Cait-LIN tentava descobrir sobre o mundo, ela também me ensinava um bocado sobre muita coisa.

Eu sempre tive uma curiosidade quase insaciável sobre síndromes como a Síndrome de Asperger. Isso já não é novidade aqui no blog. A resenha de  Memórias de Um Amigo Imaginário é um bom exemplo disso.

A autora trabalhou de uma forma tão magnífica que eu chorei pelo menos meia dúzia de vezes ao decorrer do livro. É um livro curtinho com suas modestas 222 páginas, que mostra como a vida de uma família sofreu drasticamente a partir de O Dia Em Que A Nossa Vida Mudou. A perda do irmão mais velho para um evento aterrorizante em sua cidade, abala a preciosa rotina da pequena Caitlin que via no irmão não somente a rocha para seguir adiante, mas como alguém que sabia como lidar com seu modo especial de ver o mundo.

Uma coisa que me deixou um tanto quanto ativando-meus-tiques foi a ausência da vírgula em diversos casos. Passava-se páginas e às vezes ela não aparecia. Isso pode dar uma sensação de falta de fôlego. Mas notei que o livro precisava ser assim. Porque esse era o ponto de vista da Caitlin, é o modo como ela vê o mundo. Então deixei de lado minha pequena psicose e foquei na mensagem do livro.

Vale a pena, Curiosos. Haverá momentos que você terá vontade de abraçar o livro, desejando abraçar a Caitlin e dizer que o problema não está nela, nunca nela. Você vai querer dar uns tapas-meio-carinhos-mas-não-tanto no pai dela, para que ele possa notar que ela precisa dele. Vai gostar da Sra. Brook, orientadora do colégio. E vai ter empatia por alguns personagens ao decorrer do livro e outros que facilmente você jogaria do trepa-trepa do pátio sem piedade.
Esse livro me envolveu de tal maneira que seria injusto dá-lo menos que a nota máxima.

Trechos favoritos:

"Tenho certeza de que você pode fazer um trabalho maravilhoso mas colaborar com um grupo também tem o seu valor.
Que valor?
Fazer amigos.
Eu já tenho amigos.
Me fale dos seus amigos.
Meu dicionário. Minha tevê. Meu computador."