domingo, 24 de maio de 2015

Cartas de Amor aos Mortos.

Não sei se vocês curtem saber as histórias por trás dos livros, mas vocês devem saber que por trás de todo livro há uma história para contar. É engraçado como alguns livros nos encontram em algumas esquinas e a gente leva para o resto da caminhada.  
Vai ver você precisa ler esse livro e ainda não sabe.

Livro: Carta de Amor aos Mortos. 
Autora: Ava Dellaira
Editora: Seguinte 
Páginas: 344
ISBN -13: 9788565765411

Sinopse:  Cartas de Amor aos Mortos - Tudo começa com uma tarefa para a escola: escrever uma carta para alguém que já morreu. Logo o caderno de Laurel está repleto de mensagens para Kurt Cobain, Janis Joplin, Amy Winehouse, Heath Ledger, Judy Garland, Elizabeth Bishop… apesar de ela jamais entregá-las à professora. Nessas cartas, ela analisa a história de cada uma dessas personalidades e tenta desvendar os mistérios que envolvem suas mortes. Ao mesmo tempo, conta sobre sua própria vida, como as amizades no novo colégio e seu primeiro amor: um garoto misterioso chamado Sky. Mas Laurel não pode escapar de seu passado. Só quando ela escrever a verdade sobre o que se passou com ela e com a irmã é que poderá aceitar o que aconteceu e perdoar May e a si mesma. E só quando enxergar a irmã como realmente era — encantadora e incrível, mas imperfeita como qualquer um — é que poderá seguir em frente e descobrir seu próprio caminho.


Carta de Amor aos Mortos ousou. 
Em várias maneiras possíveis esse livro não se deixou passar despercebido, desde o modo da escrita aos assuntos abordados. Laurel tem uma tarefa de casa simples: escrever uma carta para alguém que já morreu, parece fácil, mas não é bem assim... Meio sem querer ela encontra uma porta de saída de emergência em suas cartas, é como se do outro lado da porta estivesse um lugar onde Laurel pudesse falar sem papas na língua.



Ava Dellaira tem uma escrita simples, mas profunda. Inteiramente baseado em formato de cartas, Laurel escreve para Kurt Cobain, Amy Winehouse, Heath Ledger (o cara de 10 coisas que odeio em você, sabia que vocês iam lembrar assim), mas principalmente para sua irmã May e porque não para ela mesma?

Laurel acreditava que sua irmã era uma fada com asas invisíveis e em algumas noites ela era capaz de voar, mas sem que nunca a caçula pudesse ver. May era o tipo de garota que enchia o lugar de alegria assim que chegava, ela era boa em qualquer jogo e o vizinho o qual Laurel tinha quedinha a adorava. Era o perfeito espelho para a irmã. 
A relação das duas sempre foi incrivelmente boa até que o divórcio dos pais mexesse com as estruturas da primogênita, mudando-a. 


Quando May morre tragicamente, a caçula está determinada a não deixá-la ir, mantê-la ainda por perto em seu modo de ser. 
Em uma nova escola, com novos amigos, gente que não a conhece e nem sua história, ela está tão focada em sua ânsia de manter sua irmã viva que nem nota o quanto ela mesma morre um pouco cada vez mais. Não que ela ligue para isso quando Sky está no cenário, ele é bonito e possui um quê misterioso que deixa a maior parte das garotas loucas. Imaginem então quando Sky corresponde seus sentimentos... Vira uma festa no céu!

O problema, caro leitor, está o quão perturbada está o espírito de Laurel. Não importa o quanto ela desabafe com Amy, Kurt ou Elizabeth, ela esconde algo crucial que põe em risco sua sanidade e, apesar de precisar, ela ainda não está pronta para compartilhar com ninguém. Nem mesmo com seus amigos mortos. 

Em Cartas de Amor aos Mortos fica claro o quão difícil é o processo de "deixar ir", o quão quebrado alguém pode estar às vezes. É lindamente doloroso notar o quão Laurel está danificada dentro dela. Ela não é muito boa em catar os caquinhos, mas ela aprende.

Eu gostei da história, muito, mas apesar de tudo, eu ainda não achei o suficiente para uma nota máxima. O meu 4 é um maquiado e quase 5.

Trechos favoritos:
  • É triste quando todo mundo sabe quem você é, mas ninguém te conhece. Imagino que você se sentiu assim. As pessoas veem o que querem. (...)  May era o ideal que eu queria ser. Eu a via como livre e corajosa, pensa que o mundo pertencia a ela, mas não tenho mais tanta certeza assim.  
  • Talvez ao contar histórias, por pior que sejam, não deixemos de pertencer a elas. Elas se tornam nossas. E talvez amadurecer signifique que você não precisa ser uma personagem seguindo um roteiro. É saber que você pode ser a autora. 
E uma música, porque esse livro merece uma: 


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